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Crianças com necessidades especiais em tempos de pandemia

Atualizado: 24 de mai. de 2020



O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte.




Portugal, tal como o resto do mundo, está a viver uma situação muito desafiante não só na área da saúde como também em termos económicos e sociais, devido à pandemia pela COVID-19.


As crianças com deficiência ou doença crónica, em especial nas situações mais complexas, são especialmente vulneráveis.

Por um lado, o seu problema de saúde pode piorar em caso de infeção pelo novo-coronavírus e, por outro, o isolamento social e possível agravamento das condições económicas pode ser um desafio para as famílias.


Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre, tosse e/ou dificuldade respiratória e, habitualmente, no caso das crianças os quadros clínicos são mais ligeiros ou podem mesmo ser assintomáticas. No entanto, as crianças com doença crónica complexa, principalmente quando têm patologia do foro respiratório, neuromuscular, doença cardíaca complexa, imunossupressão, diabetes ou insuficiência renal, são consideradas como grupo de risco.


As famílias destes doentes, os seus cuidadores informais, são peças fundamentais para proteger as crianças desta infeção. Por isso mesmo, é importante informar e sensibilizar as famílias sobre medidas preventivas de contágio.


Destacamos algumas destas medidas:

- Lavar muitas vezes as mãos com água e sabão ou soluções alcoólicas (https://www.dgs.pt/microsite-da-gripe/paginas-acessorias/ficheiros-externos/cartaz-3-lavagem-das-maos-pdf.aspx);

- Utilizar medidas de etiqueta respiratória (usar um lenço de papel ou antebraço sempre que espirrar ou tossir, não as mãos);

- Adotar medidas de isolamento social (não receber visitas em casa; se tiver que sair de casa, utilizar sempre máscara facial e evitar o contacto próximo com outras pessoas; se o seu filho estiver clinicamente estável, avaliar em conjunto com o seu médico a possibilidade de desmarcação de consultas ou terapias programadas durante a fase da pandemia, havendo a possibilidade de apoio por teleconsulta disponível na maioria das instituições hospitalares; ter disponível em casa uma reserva dos medicamentos habituais do seu filho, inclusive medicação de SOS e material de apoio como seringas/compressas/sondas, para evitar idas recorrentes à farmácia);


Em caso de aparecerem sintomas compatíveis com COVID-19 (febre, tosse, dificuldade respiratória ou agravamento dos sintomas respiratórios de base da criança), ou de haver contacto com caso confirmado, deve ser feito um contacto com o médico assistente ou Linha SNS 24 (808 24 24 24), antes da ida ao Serviço de Urgência/Centro de Saúde.

Atualmente as instituições de saúde estão bem organizadas em circuitos com ou sem suspeita de COVID19, o que reduz o risco de contágio acidental e garante uma avaliação e tratamento seguro dos doentes. Logo, em caso de emergência ou por indicação de profissional de saúde, o recurso aos cuidados de saúde não deve ser evitado. Neste âmbito, queremos também destacar a importância de não adiar a administração de vacinas nem tratamentos/terapias indicadas pelo médico assistente.


Para além da saúde física, também a saúde mental deve ser cuidada em tempos de quarentena e isolamento social. Muitas das famílias com doentes com doença crónica complexa, já experienciavam uma “quarentena forçada” quando os apoios familiares e sociais eram insuficientes.

Desde o início da pandemia o número de famílias cujos filhos ficaram privados da frequência de estabelecimentos escolares/ATL e terapias complementares (ex: fisioterapia) aumentou. Esta situação implica, muitas vezes, a permanência em casa de um cuidador, com alteração da dinâmica familiar e redução do orçamento familiar, o que pode agravar situações de carências prévias.


No contexto de isolamento social é normal as crianças e jovens sentirem-se tristes, ansiosas, com medo, confusas com a alteração das rotinas diárias e com saudades dos amigos. Podem, por isso, mostrar-se mais irritados, dependentes e com alteração do ritmo do sono. É importante explicar de uma forma clara e adequada ao grau de compreensão da criança o que se passa, deixar a criança fazer perguntas e transmitir mensagens de confiança. Devem também ser mantidas as rotinas da criança em termos de horários, refeições e também promover atividades lúdicas. Neste âmbito as novas tecnologias são também uma ferramenta útil, que permite um contacto mais próximo com familiares, amigos e professores.


Finalmente, não esquecer que é importante cuidar dos cuidadores das nossas crianças com necessidades especiais, porque eles são fundamentais para elas. É importante prever os vários cenários, nomeadamente, aquele em que o cuidador principal fica ausente por doença ou quarentena, devendo existir um segundo cuidador capacitado.

Estes são tempos excecionais, que exigem uma grande capacidade de adaptação de toda a sociedade.

O medo é muitas vezes um “vírus” mais contagioso e com mais complicações que a própria COVID19. Assim, cuidadores informados e com apoios na comunidade, são as maiores barreiras de proteção dos nossos pequenos-heróis.



Alguns links úteis:


Informação sobre COVID-19 e medidas de prevenção de contágio:


Atividades lúdicas em tempo de quarentena:


Apoios da segurança social:


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